Economia sustentável

 A Companhia segue aumentando a sua área florestal, por meio da prospecção ativa e de parcerias com TIMOs (Timber Investment Management Organizations), fundos especializados em compra, venda e gestão de ativos florestais. Em dezembro de 2023, a Klabin anunciou a celebração de contrato com a Arauco, no valor de US$ 1,160 bilhão, para a aquisição de sociedades cujos ativos representam 150 mil hectares de área total, dos quais 85 mil hectares são de área produtiva, e 31,5 milhões de toneladas de madeira, além de máquinas e equipamentos florestais. 

No segmento de celulose, a demanda manteve-se reprimida sobretudo na primeira metade de 2023, especialmente nos segmentos de imprimir, escrever e especialidades. A unidade de celulose da Klabin comercializou 1,546 mil toneladas em 2023, volume similar ao do ano anterior. 

O posicionamento da Klabin como única empresa brasileira a produzir e comercializar três tipos de celulose (fibra curta, fibra longa e fluff) se traduz em um mix de vendas diversificado, aliado à flexibilidade geográfica das vendas, que propiciou que a Companhia direcionasse maior volume para a China, cuja demanda se manteve melhor em comparação com a de outras regiões no mesmo período, sendo possível maximizar a gestão da receita e a margem do negócio. Destaque para o sólido desempenho da celulose fluff, que atingiu volume recorde de vendas desde o início das operações, mantendo os preços em bons patamares. 

Em 2023, a receita líquida de celulose atingiu R$ 5,693 bilhões, 19% abaixo de 2022. Já o custo caixa de produção de celulose foi R$ 1.337 por tonelada, mesmo patamar de 2022, excluindo os impactos da parada de manutenção realizada no 2T23. 

Os novos hábitos do consumidor, observados desde o início da pandemia, aliados à tendência de consumo de embalagens sustentáveis, continuaram sendo as principais alavancas da demanda por papel-cartão. Na Klabin, a alta exposição a segmentos de produtos de primeira necessidade, em especial alimentos e bebidas, contribuiu para uma maior estabilidade de resultados nesse mercado. Em 2023, o volume de vendas de cartões foi de 705 mil toneladas, 1% superior ao de 2022. Já a receita de vendas de cartões foi de R$ 3,931 bilhões no ano, crescimento de 11% em relação a 2022, em decorrência dos reajustes de preços nos últimos trimestres, que compensaram a valorização do real ante o dólar sobre o volume exportado. 

Já o mercado de containerboard foi árduo durante 2023. A entrada de novas capacidades e os altos níveis de estoque dos compradores se traduziram em menores preços no ano. Nesse cenário, a Companhia manteve sua estratégia de maior integração do kraftliner nas suas fábricas de papelão ondulado e realizou paradas de produção, visando a otimizar o resultado, em função da demanda, dos preços e dos custos de produção. Como reflexo das condições do mercado e da estratégia adotada para fazer frente a elas, o volume de vendas de papel containerboard foi de 391 mil toneladas em 2023, 31% inferior ao de 2022. A receita líquida foi de R$ 1,477 bilhão, redução de 48% na comparação anual. 

Em 2023, o volume de expedição de papelão ondulado da Klabin registrou redução de 1,4% em toneladas e aumento de 0,5% em metros quadrados, principalmente em função da menor gramatura do papel Eukaliner®, que possibilita caixas resistentes e mais leves. A receita líquida aumentou 2% em relação a 2022, totalizando R$ 5,079 bilhões, resultado dos posicionamentos de preços ao longo do ano. O ano de 2023 também foi marcado pelo início da operação da nova onduladeira da Unidade Horizonte, no Ceará, trazendo capacidade adicional de produção de 80 mil toneladas por ano. Com esse novo investimento, a Klabin se consolida como a principal fornecedora de embalagens de papelão ondulado nas regiões Norte e Nordeste. 

Com o principal objetivo de aumentar a flexibilidade e melhorar o atendimento ao mercado, principalmente no segmento de miscelâneas (alimentos, químicos, sementes, fertilizantes etc.), que exige mais tecnologia, a Klabin começou a operar, em 2023, uma nova linha de sacos na Unidade Lages (SC) para atender à crescente demanda por embalagens sustentáveis, principalmente em substituição ao plástico de uso único, como forma de diversificar mercados para além do tradicional uso dos sacos no setor de construção civil. A retração de 1,4% do mercado de cimentos em 2023 contribuiu para a redução de 8% no volume de vendas de sacos industriais em relação a 2022. No entanto, a receita líquida cresceu 6%, atingindo R$ 1,290 bilhão em razão do aumento das vendas de produtos de maior valor agregado e posicionamentos de preços.